MPT estuda parceria para adaptar prédio com acessibilidade para deficientes visuais

Representantes do Ministério Público do Trabalho no Piauí receberam integrantes da Escola Técnica Comrádio que foram apresentar o sistema Sonori, que proporciona acessibilidade para os espaços públicos através da audiodescrição. Um levantamento será feito para que a Comrádio apresente o diagnóstico para análise do MPT.

O Sistema Sonori é pioneiro no Brasil e foi criado pela Comrádio. Através de um QRCode, afixado na parede, todo o espaço já mapeado é descrito à pessoa com deficiência visual para que ela possa se locomover de forma independente por todo o prédio e ser direcionada ao setor que procura para resolver a sua demanda. O Sonori já foi implementado em outros estados, como Maranhão e São Paulo, e em cerca de 20 prédios no Piauí.

De acordo com a Procuradora-chefe do MPT no Piauí, Natália Azevedo, o MPT vem buscando ampliar a acessibilidade e o acesso de todas as pessoas na instituição. “Recentemente, firmamos uma parceria com a Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Físicos (APADA) para possibilitar que o atendimento ao público externo e nas audiências administrativas passe a conta com intérprete de libras, quando se tratar de atendimento a pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Mas, queremos sempre que o MPT seja um ambiente acolhedor e de inclusão e acessibilidade a todas as pessoas que acessam os nossos serviços”, pontua.

Iraildon Mota, jornalista e fundador da Escola Comradio em Teresina, destaca que o projeto é único e representa uma inovação para o Brasil. “Essa parceria é uma forma de diminuir a distância para a pessoa com deficiência visual que está em casa e muitas vezes não procura os órgãos públicos porque não se sente confiante em saber o que tem naquele espaço”, pontuou, destacando que acessibilidade não é apenas disponibilizar rampas, piso tátil, etc.

O estado do Piauí possui 137 mil pessoas com deficiência visual. Segundo um relatório do Tribunal de Contas do Estado de 2024, 90% dos prédios públicos do Piauí não oferecem atendimento adequado para atender pessoas com deficiência.