MPT- PI participa da primeira edição do projeto “Defensoria Pop Rua"

O Ministério Público do Trabalho esteve presente na manhã desta sexta-feira, 23, na primeira edição do projeto “Defensoria Pop Rua – Visibilidade e Reconhecimento à População em Situação de Rua”, que visa levar o acesso a diversos serviços públicos de maneira facilitada para essa população socialmente vulnerável, como, por exemplo, emissão de carteira de identidade, título de eleitor e CPF. O MPT-PI ofereceu serviços de aconselhamento e direcionamento ao trabalho digno, recebeu denúncias, assim como esclareceu dúvidas dos presentes referentes a leis e direitos trabalhistas. A ação ocorreu na Praça da Liberdade, no centro de Teresina.

O Procurador do Trabalho, Carlos Henrique Leite, representando o MPT-PI na ação, enfatizou a importância de eventos voltados para a população em situação de rua, considerando sua dificuldade de acesso a determinados serviços. “Além das atividades rotineiras dos parceiros aqui presentes, é importante conseguirmos reunir, de tempos em tempos, em um mesmo dia e  espaço, essa oferta de serviços básicos, pois as pessoas em situação de rua são um segmento da população muito vulnerável e carente de políticas públicas", disse o procurador.

A Defensora Pública Thayanny Dantas explica que é feito um acompanhamento periódico para que essas ações sejam realizadas de acordo com a necessidade da população. O projeto busca aproximar a população dos serviços públicos e fazer com que haja uma maior assistência para que a população se sinta à vontade para participar dos atendimentos. “Aqui na praça, estamos realizando atendimentos que não se limitam apenas a atendimentos jurídicos, mas também encaminhamentos para outros serviços de assistência social, além de ações de cidadania”, reforça a Defensora.

Segundo a Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos – SASC, no Piauí, são registradas cerca de 1600 pessoas em situação de rua, sendo 1200 em Teresina. O projeto “Cidadania Ativa” da SASC ofereceu serviços de beleza, como limpeza de pele, corte de cabelo masculino e feminino e penteados afros de forma gratuita para a população. “Procuramos trazer cidadania para a população por meio da elevação da autoestima desses homens e mulheres. Além dos serviços públicos oferecidos aqui, trouxemos essa proposta porque sabemos que são serviços que muitas vezes essa população não possui acesso facilitado”, declara Chiquinha Aguiar, representante do projeto “Cidadania Ativa”.

Uma pesquisa nacional sobre a população em situação de rua, desenvolvida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, aponta que 35,5% das razões para ir morar na rua são problemas com álcool ou drogas, 29,8% por desemprego e 29,1% por desavença com parentes. Além disso, cerca de 82% das pessoas em situação de rua são homens. O ex-morador de rua, José Hailson Messias, hoje acolhido pela comunidade terapêutica Shalom, está há oito meses em processo de reabilitação. Ele foi até a ação para renovar sua carteira de trabalho, título de eleitor e emitir sua carteira reservista.

O Manoel Fábio também foi um dos que foram acompanhar o projeto. Vivendo em um abrigo, atualmente, ele conta que foi em busca de informações que proporcione melhores condições a ele para que ele possa mudar de vida. “Para mim, essa ação é muito importante porque é o primeiro passo para sairmos dessa situação que nos encontramos. Vim atrás de informações, principalmente de moradia para que eu tenha um lugar para morar e começar a vida de uma outra forma”, conta ele, que é natural de Bacabal, no Maranhão.