Projeto de artesanato apoiado pelo MPT se destaca em feira internacional

O grupo de artesãs piauienses Curicacas está expondo seus produtos na feira internacional “Exporartesánias”, em Bogotá, na Colômbia. A Feira, que começou hoje e segue até o dia 17 de dezembro, é considerada uma das maiores feiras internacionais de artesanato da América Latina. O projeto das artesãs é resultado de uma parceria do Ministério Público do Trabalho e da Organização Internacional do Trabalho.

As Curicacas é um grupo composto por mulheres entre 18 e 70 anos, da zona rural de Campo Maior, que comercializam produtos por meio da palha da carnaúba. Com a palha, elas produzem bolsas, cestos e outros objetos. O grupo foi criado em 2022, a partir do ‘“Plano de Promoção do Trabalho Decente na Cadeia Produtiva da Carnaúba”, lançado pela OIT e pelo MPT, que oferece melhores condições de trabalho e garante justiça social para os agricultores e as agricultoras. O projeto, inicialmente, era composto por 14 mulheres da comunidade Resolvido, que resgataram a tradição do artesanato feito com palha de carnaúba para complementar a renda familiar e preservar os saberes ancestrais.

De acordo com o Procurador do Trabalho Edno Moura, Coordenador Regional de Combate ao Trabalho Escravo do Ministério Público do Trabalho no Piauí, é motivo de muita alegria para o órgão ver iniciativas como essa se desenvolvendo e ganhando o mundo. “Para nós, que fazemos o MPT, é motivo de muita satisfação poder ver o resultado de um projeto que apoiamos ir tão longe, modificando a realidade dessas famílias que estavam sujeitas ao aliciamento para o trabalho escravo. O nosso objetivo sempre foi transformar a cadeia produtiva da carnaúba, que é uma das principais atividades econômicas do estado, em um setor que dê orgulho ao Piauí e sendo livre do trabalho escravo", destacou.

Erik Ferraz, oficial de projetos da OIT, comentou sobre a importância da implementação da palha da carnaúba como fonte de renda. “Nós tínhamos um grupo de pessoas em Campo Maior fazendo vassoura com a palha, mas não dava para dizer que era artesanato. Muitas dessas mulheres contaram para a gente que elas lembravam das avós fazendo artesanato na casa delas com a palha da carnaúba, mas que esse conhecimento não passou de geração em geração para elas. Então, começamos um treinamento e a equipe técnica percebeu que havia um potencial muito grande, as mulheres tinham capacidade de ir muito mais longe e não iriam ficar restritas ao mercado consumidor local”, pontuou.

As artesãs, atualmente, têm uma linha de bolsas e objetos de decoração, que são comercializados em feiras de artesanato pelo Brasil e nas lojas Nordestesse, localizadas em São Paulo e Salvador. A produção de cestos e bolsas já está consolidada, com designer e identidade próprios.

A história das Curicacas, e também das artesãs da Natupalha, de Piripiri, foi contada pelo MPT e OIT no documentário “Entre Tranças e Tramas”, demonstrando a revolução do artesanato piauiense e contando a história de dezenas de mulheres carnaubeiras que conseguiram a sua independência financeira. Os dois grupos foram treinados para criar e administrar suas redes sociais e e-commerce, e hoje cada um tem seu Instagram (@usecuricacas e @natupalha).

Esta é uma iniciativa que representa a valorização do empreendedorismo feminino e reforça o papel do MPT de resgatar a dignidade dos trabalhadores que têm histórico de exploração, oferecendo melhores condições de trabalho para eles e seus familiares, proporcionando uma fonte alternativa de renda.

 

O documentário pode ser conferido no link: Documentário

Tags: Ministério Público do Trabalho, artesanato, palha da carnaúba, Curicacas, feira , Colômbia

Imprimir