MPT-PI discute gênero e inclusão no trabalho em evento com a Vice-Procuradora-Geral do Trabalho

Discutir o sistema de governança do Ministério Público do Trabalho para promover a igualdade e a inclusão. Foi com esse objetivo que a Procuradoria Regional do Trabalho da 22ª Região recebeu, nesta terça-feira, o encontro "Perspectivas de Gênero, Raça e Diversidades e suas Interseccionalidades", promovido, a nível nacional pelo MPT. O evento contou com a participação da Vice-Procuradora-Geral do MPT, Maria Aparecida Gugel, da subprocuradora-geral do Trabalho, Eliane Araque dos Santos, a Procuradora do Trabalho Ludmila Reis, membros (as), servidores (as), estagiários (as), terceirizados (as) e ainda convidadas representando segmentos que trabalham com as políticas públicas de gênero e inclusão.

A abertura do evento foi feita pela Vice-Procuradora-Geral, Aparecida Gugel. Em sua fala, ela abordou a “Equidade de Gênero, Raça e Diversidade com a óptica da inclusão", defendendo que essa deve ser uma busca frequente das instituições na construção de uma cultura organizacional em que se busque a igualdade de direitos e oportunidades. “Nós, que fazemos o Ministério Público, precisamos ser vitrines para a sociedade brasileira. As nossas políticas não podem ficar apenas no papel. Por isso, essa necessidade de dialogarmos, discutirmos com todos que fazem o MPT o nosso sistema de gestão e governança estratégica, trabalhando as políticas de saúde, de equidade de gênero e também de enfrentamento ao assédio”, sustentou.

A intenção, segundo ela, é que o Ministério Público do Trabalho possa promover um ambiente saudável, inclusivo e acolhedor para todos. Nesse sentido, a subprocuradora Eliane Araque reforçou que o MPT defende uma equidade no tratamento e a preservação da dignidade das pessoas e que, para isso, é preciso aprimorar os diálogos e buscar soluções pacificadoras. “É preciso um constante monitoramento das atividades institucionais e das nossas discussões coletivas, dialogando permanentemente, para pacificar conflitos. Além disso, é preciso buscarmos uma efetiva apuração e enfrentamento da prática de assédio moral e sexual, bem como das discriminações”, ressaltou.

O evento abriu espaço também para a apresentação das iniciativas existentes a nível de Governo do Estado voltadas para as políticas públicas para as mulheres. As apresentações foram feitas pela Secretária Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres, Zenaide Lustosa, e pela Diretora Institucional de Ações Temáticas da Secretaria de Estado das Mulheres, Ianara Evangelista. Elas apresentaram as ações desenvolvidas tanto para a inclusão produtiva e independência econômica das mulheres, inserção no mercado de trabalho e ainda no combate a violência.

Ainda durante o evento, os membros, servidores, estagiários, terceirizados do MPT tiveram a oportunidade de ouvir as vivências de mulheres sobre as perspectivas de inclusão e diversidade. Uma dessas mulheres foi a militante do Movimento Negro e gerente do Centro de Referência da Mulher em Situação de Violência Francisca Trindade, Joelfa Farias. “Foi um evento muito importante em que tivemos a oportunidade de ecoar nossas militâncias para quebrar tabus e descontruir o racismo, o sexismo, a misoginia, a intolerância religiosa”, avaliou.

A advogada Camila Hannah Morais é assessora técnica e coordenadora de trabalho, emprego e renda, lazer e paradesporto da Secretaria de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Ela é cega e teve a oportunidade de falar um pouco os desafios que enfrenta e das políticas existentes voltadas a esse público. “Esse debate é fundamental porque estamos percebendo o MPT interessado em conhecer as nossas vivências e ter mais empatia para promoverem a inclusão”, sustentou.

No segundo momento do evento, os membros e servidores foram convidados a dialogar sobre a necessidade de melhorias na Instituição. Uma roda de diálogo foi aberta onde todos tiveram a oportunidade de apontar críticas e sugestões aos diversos pontos inerentes às atividades desempenhadas pelo Ministério Público.

A Vice-Procuradora-Chefe do MPT no Piauí, Natália Azevedo, destacou que momentos como esses são fundamentais para o órgão se aproximar não apenas dos servidores, mas de toda a sociedade. “É uma discussão que fazemos de dentro para fora. É uma demonstração que o MPT também tem a preocupação de fazer as suas avaliações e autocrítica, buscando sempre melhorar e ser um ambiente cada vez mais acolhedor, não apenas para o público que é atendido por nós, mas para os nossos membros e servidores”, pontuou.

Já a Procuradora Jeane Carvalho, coordenadora Regional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), destacou que iniciativas como essas devem se tornar rotineiras na instituição. “São espaços de diálogos importantes em que todos têm voz para apontar o que podemos melhorar e sugerir as melhorias, para que tenhamos uma instituição que acolhe nossos servidores e toda a sociedade”, finalizou.

Tags: Trabalho , MPT-PI, Ministério Público do Trabalho, igualdade, gênero

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